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Confessionais

Aprendizagem significativa: integrando saber e valores na formação de estudantes

Publicado em 05 de setembro de 2025

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Aprendizagem significativa

No Poliedro, acreditamos em uma aprendizagem significativa, que ultrapassa a simples transmissão de conteúdos e contribui para a formação integral do estudante. Com isso, temos também a missão de apoiar escolas que compartilham desse mesmo propósito.

Por isso, desenvolvemos esta série de conteúdos voltados às escolas cristãs, com o objetivo de inspirar escolas na construção de uma educação que una conhecimento, valores e propósito.

Leia também os demais conteúdos da série:

 

Neste quinto artigo da série, a prof.ª Edile Fracaro Rodrigues — doutora em Teologia, mestre em Educação e com mais de 40 anos de experiência — nos convida a refletir sobre aprendizagem significativa: como reconectar o conhecimento à vida real dos estudantes, integrar razão e fé de modo coerente e transformar conteúdo em sabedoria que orienta escolhas éticas e propósito de vida.

Desejamos uma boa leitura!


Aprendizagem significativa 

Prof.ª Edile Fracaro Rodrigues

Olá, Comunidade Poliedro! Quem nunca se deparou com um estudante ou filho questionando o motivo de aprender um determinado conhecimento? Como mãe e professora, já enfrentei essa pergunta, que reflete uma busca por sentido em um mundo marcado pelo individualismo e pela fragmentação do conhecimento.

O Racionalismo é uma teoria do conhecimento que defende a razão e a capacidade de raciocinar como única forma de conhecimento correto.

A oposição de razão e fé

No início do século XVII, os ideais racionalistas tomaram corpo. Esse impulso científico marca a modernidade, com uma alta valorização do conhecimento racional. Uma consequência desse racionalismo foi a compartimentalização do SABER para melhor conhecer, e na educação as disciplinas se tornaram isoladas. E sem uma conexão entre as disciplinas e a realidade dos estudantes, os conteúdos se tornam vagos e desinteressantes.

Em um dos meus temas desenvolvidos em sala de aula. pergunto aos estudantes: qual é o melhor conhecimento? E a conclusão é: o melhor conhecimento é aquele que efetivamente contribui para a solução de uma situação-problema. Você concorda? Agora, vamos pensar nas situações-problema que nossos filhos e estudantes enfrentam? Desafios como a vigência social, como as vantagens que se leva com determinadas escolhas ou a moda que dita estética e status, por exemplo. Somente o conhecimento racional responde a essas questões? Qual é a resposta que a fé em Cristo tem para nós?

 

Uma parábola contemporânea

O texto de Mateus 19:16-22, conhecido como a parábola do jovem rico, é uma profunda reflexão sobre a busca por sentido, a relação entre fé e ação, e os desafios de viver uma vida alinhada com os valores espirituais em um mundo material.

Eis que alguém se aproximou de Jesus e lhe perguntou: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?”

Respondeu-lhe Jesus: “Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos””.

“Quais?”, perguntou ele. Jesus respondeu: “Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Disse-lhe o jovem: “A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?”

Jesus respondeu: “Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me”.

Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas.

Qual é a situação-problema do jovem? Uma ação específica para garantir a vida eterna. E num primeiro momento, a resposta de Jesus é um conteúdo, podemos dizer que é um conhecimento racional, um conhecimento que se memoriza.

O jovem se afasta triste, incapaz de renunciar a suas riquezas. Sua tristeza revela que, embora desejasse a vida eterna, seu coração estava preso aos bens materiais, que representavam segurança material, status social e identidade pessoal. Apesar de almejar a vida eterna e ter cumprido os mandamentos éticos, instalou-se um conflito interno: ele anseia por um propósito maior, mas seu coração está preso às riquezas. É como se razão (conteúdo) e fé (ações) devessem ser vividas separadamente.

Em um mundo fragmentado, onde o conhecimento muitas vezes parece desconexo da realidade, Cristo nos desafia a integrar razão e fé, promovendo um aprendizado que não apenas soluciona problemas práticos, mas também orienta escolhas éticas e significativas. O melhor conhecimento é aquele que, iluminado pela fé, inspira ações que transformam vidas e constroem um propósito maior.

O verdadeiro conhecimento, o conhecimento pertinente não se limita a respostas intelectuais, mas transforma corações e ações, guiando-nos para um compromisso com Deus e com o próximo.

Transcende, assim, o conhecimento racional isolado e convida a uma conexão profunda entre saber, fé e ação. Jesus, como mestre, ensina que o verdadeiro aprendizado não se limita a cumprir regras ou acumular informações, mas exige um compromisso transformador com valores que dão sentido à vida.

O jovem enfrenta um “problema” existencial: como alcançar a vida eterna. Jesus propõe uma solução que vai além do racionalismo (cumprir regras) e exige um compromisso pessoal, ilustrando que o “melhor conhecimento” é aquele que resolve questões práticas e espirituais.

Mais um desafio para pais e mestres!

 

Para refletir

A fé, para ser significativa, deve se traduzir em ações concretas. Como conectar o que se aprende — na escola, na vida ou na espiritualidade — com escolhas que transformem sua realidade e a de outros? Como proporcionar uma aprendizagem significativa para filhos e estudantes a partir desta reflexão?

 

Referências

BÍBLIA. Nova Versão Internacional (NVI).

Tags

  • Gestão Escolar

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