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Confessionais

O retorno ao sagrado e o papel da família, da comunidade e da escola na formação cristã

Publicado em 14 de agosto de 2025Atualizado em 13 de agosto de 2025.

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retorno ao sagrado

No Poliedro, acreditamos que a educação vai além do desenvolvimento intelectual: ela também é chamada a nutrir valores e propósitos. É por isso que, em nossa série de conteúdos voltados às escolas confessionais, convidamos especialistas para refletir sobre questões que impactam não apenas a sala de aula, mas a formação integral de crianças e jovens.

Leia também os demais conteúdos da série:

Neste quarto artigo da série voltado para educação cristão, a prof.ª Edile Fracaro Rodrigues — doutora em Teologia, mestre em Educação e com mais de 40 anos de experiência — nos conduz a uma reflexão sobre a chamada “nostalgia do sagrado”, conceito explorado pelo sociólogo Michel Maffesoli. Partindo dessa análise, ela propõe um olhar cristão sobre como família, comunidade de fé e escola podem oferecer aos jovens um caminho de pertencimento, compromisso e crescimento espiritual.

Uma leitura inspiradora para quem deseja fortalecer a fé e a saúde emocional das novas gerações. Continue acompanhando!

O retorno ao sagrado 

Prof.ª Edile Fracaro Rodrigues

Olá, Comunidade Poliedro! Espero estar contribuindo para a meditação e renovação do compromisso diante de Deus de ensinar a criança no caminho que deve andar (Provérbios 22.6). Vamos a mais uma reflexão? Este texto é a base para as que virão a seguir.

No início de 2025, Michel Maffesoli, sociólogo francês, lançou no Brasil seu livro Nostalgia do Sagrado (PUCPress), no qual faz reflexões sobre mudanças contemporâneas na conexão das pessoas com a religiosidade, o sagrado e o metafísico.

O título do livro é interessante e vai ao encontro do que tenho observado entre os estudantes universitários: maior preocupação com o sentido da vida e propósito. Percebo também maior liberdade dos jovens cristãos em expressar sua fé.

Entretanto, é na explicação de como essa nostalgia do Sagrado está acontecendo que sinto um certo desconforto. Para Maffesoli, não é necessariamente um retorno à religião estruturada, mas uma busca por novas formas de vivenciar a vida, que pode ser pela arte, pelo convívio, por expressões culturais que envolvem a emoção compartilhada.

Como cristã, vejo que a busca individualista do Sagrado, embora reflita um anseio legítimo por sentido, carece da riqueza da comunhão e do compromisso comunitário a que a Palavra de Deus nos exorta.

 

Família, comunidade de fé e escola

Como disse, percebo maior liberdade dos jovens cristãos em expressarem sua fé. Mas também percebo jovens com dificuldade de entrosamento e trabalho em equipe. Em conversas com estudantes, noto que o isolamento social de 2020–2022 intensificou desafios de entrosamento, como a dificuldade em colaborar em equipe, além de outros fatores, como o uso intenso de tecnologia e mudanças culturais.

Diante dessa busca individualista, a comunidade cristã oferece uma resposta poderosa: o pertencimento e o acolhimento que fortalecem a fé e a saúde emocional dos jovens. Acredito que em tempos de individualidade e separação, um lar cristão sólido e uma educação cristã consistente contribuem para saúde emocional e espiritual.

Perry Dows, em seu livro Introdução à educação cristã: ensino e crescimento, aborda a importância do “aprendizado por observação” e afirma que a “imitação dos modelos é um conceito bíblico para conduzir o povo à maturidade”.

 

O papel da família, da comunidade e da escola na vivência da fé

É na FAMÍLIA que os primeiros exemplos de um relacionamento profundo com Deus podem ser observados e vivenciados. Por meio de práticas como a oração em conjunto, a leitura bíblica em família ou o diálogo aberto sobre a fé, é possível demonstrar como a espiritualidade cristã se traduz em ações diárias. Por exemplo, a oração antes de dormir ou o testemunho de como sua fé ajudou em um momento difícil oferece modelos concretos de confiança em Deus.

Se os tempos apontam para uma “nostalgia do Sagrado” expressa em formas individualistas, é na COMUNIDADE DE FÉ que o crescimento espiritual, o pertencimento, o desenvolvimento do amor fraterno e o serviço no Reino de Deus se concretizam.

É na ESCOLA que a prática desses modelos se concretiza. Além de praticar os modelos cristãos, os professores têm a oportunidade de aliar ciência e fé, mostrando como o conhecimento humano pode refletir a ordem e a sabedoria do Criador.

Assim, em família, na comunidade de fé e na escola, familiares e educadores podem modelar o amor cristão, guiando crianças e jovens a uma fé viva, auxiliando-os a estabelecer laços sólidos de compromisso com o Reino de Deus.

 

PARA REFLETIR:

Para os professores: Que estratégias adotar para alcançar uma educação cristã que possibilite uma vida comprometida com Cristo, aliando ciência e fé?

Para a família: Como posso envolver meus filhos em atividades da comunidade de fé a fim de fortalecer seu crescimento espiritual?

 

REFERÊNCIAS

BÍBLIA. Nova Versão Internacional (NVI).

DOWS, Perry G. Introdução à educação cristã: ensino e crescimento. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

MAFFESOLI, Michel. Nostalgia do Sagrado. Curitiba: PUCPress, 2025.

 

Tags

  • Gestão Escolar

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