Socioemocional

Setembro Amarelo nas escolas: veja atividades, projetos e protocolos de cuidado

Publicado em 15 de setembro de 2025

setembro amarelo nas escolas

Cuidar da saúde mental na escola não é tarefa de um mês só. Entretanto, a campanha do Setembro Amarelo 2025 é uma ótima oportunidade para criar ou fortalecer ações que salvam vidas. Para gestores escolares, esse período é a chance de integrar o tema ao projeto pedagógico e à cultura de cuidado da escola.

Este guia foi pensado para você, gestor, que precisa de orientações simples, diretas e aplicáveis.

Navegue pelo artigo:

O que é o Setembro Amarelo?
Como abordar a saúde mental nas escolas?
Qual é o papel das escolas no Setembro Amarelo?
Qual é o papel do professor na saúde mental dos estudantes?
A importância do Cras no contexto do Setembro Amarelo
Por que criar um projeto do Setembro Amarelo nas escolas?
Como fazer uma campanha de conscientização na escola?
Ações e projetos escolares para o Setembro Amarelo
Conviver e Integrar: a solução de educação socioemocional para a sua escola

Importante: este conteúdo é informativo e não substitui a orientação de profissionais de saúde. Em situações de risco, acione imediatamente serviços especializados, como o CVV (188) e a rede de saúde local.

O que é o Setembro Amarelo?

Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo do Setembro Amarelo é ampliar a conversa sobre saúde mental, combater estigmas e promover apoio a quem passa por sofrimento intenso.

A conscientização do Setembro Amarelo nas escolas se traduz em ações de acolhimento, informação de qualidade e protocolos de encaminhamento quando necessário.

Propósito central: valorizar a vida e fortalecer redes de apoio.
Na prática: formar a equipe, orientar estudantes e famílias, comunicar fluxos de cuidado, engajar a comunidade.

Qual é a origem do Setembro Amarelo?

A história do Setembro Amarelo começou em 1994, nos Estados Unidos, após a morte por suicídio do jovem Mike Emme. Conhecido por ter restaurado um Mustang da cor amarela, Mike deixou uma mensagem pedindo que ninguém se sentisse culpado pela sua decisão. A atitude sensibilizou seus pais, que decidiram distribuir cartões acompanhados de fitas amarelas, incentivando outras pessoas a procurar apoio em momentos de dificuldade.

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu a data de 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Com isso, setembro passou a ser o mês de prevenção ao suicídio. No Brasil, a mobilização cresceu com apoio de entidades médicas, educacionais e de organizações da sociedade civil.

Qual é a importância do Setembro Amarelo?

De acordo com a OMS, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo em 2019. Por isso, falar sobre saúde mental com responsabilidade salva vidas. O silêncio e o estigma afastam as pessoas de ajuda.

Como abordar a saúde mental nas escolas?

O caminho mais seguro é integrar saúde mental ao projeto pedagógico por meio da educação socioemocional, como no programa Conviver e Integrar Em linguagem simples, estamos falando de cinco grupos de habilidades (modelo Casel) que a BNCC incentiva:

Autoconhecimento: reconhecer emoções, forças e limites.
Autogestão: lidar com estresse, planejar e persistir.
Consciência social: empatia e respeito às diferenças.
Habilidades de relacionamento: comunicação, cooperação e solução de conflitos.
Tomada de decisão responsável: pensar nas consequências e agir com segurança.

Essas competências socioemocionais impactam diretamente o desempenho acadêmico, o engajamento dos estudantes e a qualidade dos vínculos escolares. Também influenciam positivamente a saúde mental e a construção de uma vida pessoal e profissional mais equilibrada.

Qual é o papel das escolas no Setembro Amarelo?

A escola exerce um papel essencial na redução de riscos e na promoção do bem-estar. Mais do que um espaço de aprendizado, ela pode se tornar um ambiente de escuta, acolhimento, orientação e apoio. Assim, mesmo não substituindo os serviços de saúde, a escola assume funções-chave:

Educar: levar informação correta de forma acessível.
Acolher: criar canais de escuta e agir sem julgamento.
Identificar sinais: treinar a equipe para perceber mudanças de humor, falas sobre desesperança, isolamento, queda súbita no rendimento e outros alertas.
Encaminhar: acionar a rede de proteção (família, unidade de saúde, Caps, Cras/Creas, Conselho Tutelar) conforme a situação.
Proteger: ter protocolos claros para situações de risco iminente.

Qual é o papel do professor na saúde mental dos estudantes?

Os professores estão na linha de frente e podem ser agentes de cuidado para a saúde mental dos estudantes. Nesse processo, os educadores têm um papel importante de identificar os sinais, como:

retraimento repentino
falas sobre desesperança
mudanças bruscas de humor
agressividade fora do padrão
queda significativa no rendimento
faltas frequentes

Dicas de abordagens para professores

Acolha sem julgar: escute mais do que fale. Evite minimizar a dor. Exemplos de frases:
- “Obrigado por confiar em mim.”
- “Sinto muito que você esteja passando por isso.”
- “Você não está só. Vamos procurar ajuda juntos.”
Siga o protocolo: comunique a coordenação/orientação; registre; avise a família quando for adequado; acione a rede quando necessário.
Cuide de si: professores também precisam de apoio. Incentive o uso de espaços de escuta e formação continuada.

A importância do Cras no contexto do Setembro Amarelo

O Cras (Centro de Referência de Assistência Social) é parte essencial da rede de proteção. Ele oferece acolhimento, orienta famílias e pode encaminhar para serviços de saúde e assistência mais específicos quando necessário.

Na relação escola–Cras:

Estabeleça um canal direto: tenha os contatos atualizados e um ponto focal no Cras.
Combine fluxos: o que a escola aciona primeiro; quando acionar o Cras; como compartilhar informações de forma ética e segura.
Faça reuniões periódicas: alinhe casos, sem expor detalhes desnecessários, e planeje ações preventivas com a comunidade.

Importante: O Cras não substitui um atendimento médico, mas ajuda a organizar a rede e a garantir que nenhuma família fique sem acolhimento.

Por que criar um projeto do Setembro Amarelo nas escolas?

Mais do que uma iniciativa somente para o mês de setembro, criar um projeto bem estruturado ajuda a transformar a escola em um espaço de cuidado e apoio emocional. Entre os principais objetivos estão:

Informar com cuidado e responsabilidade sobre a campanha Setembro Amarelo.
Criar espaços de escuta e pertencimento para estudantes.
Identificar situações de risco e encaminhá-las corretamente.
Engajar famílias e a comunidade escolar.
Manter ações ao longo do ano, por meio de projetos de educação socioemocional.

Como fazer uma campanha de conscientização na escola?

Faça um diagnóstico rápido

Quais são as principais dores da comunidade?
Que ações já existem?
Quem pode compor o comitê?

Planeje com metas claras

Objetivos do mês e do semestre.
Calendário de atividades por segmento (Anos Iniciais, Finais e Ensino Médio).
Definição de responsáveis por cada ação.

Garanta uma linguagem segura

Foque esperança, rede de apoio e caminhos de ajuda.
Evite expor detalhes sensíveis.
Utilize materiais revisados pela equipe pedagógica.

Crie protocolos de cuidado

Passo 1: acolhimento imediato e escuta ativa.
Passo 2: registro e comunicação interna.
Passo 3: contato com responsáveis (quando adequado).
Passo 4: encaminhamento à rede de apoio (Caps, UBS, Cras/Creas, Conselho Tutelar).
Em caso de risco iminente: acione os serviços de emergência.

Comunique bem

Cartazes com o número 188 (CVV) e contatos locais de apoio.
E-mails, bilhetes e reuniões para famílias.
Canal de dúvidas (como formulário on-line simples).

Meça e aprimore

Indicadores de participação dos estudantes.
Pesquisas rápidas de percepção com alunos e famílias.
Registro dos encaminhamentos (sempre com sigilo).

Inclua na proposta curricular

Aulas e projetos de educação socioemocional.
Formação continuada de professores.
Parcerias com a rede de proteção local.

Ações e projetos escolares para o Setembro Amarelo

Saber como trabalhar o Setembro Amarelo nas escolas é fundamental para que a campanha vá além de uma ação pontual. Por isso, é importante adotar estratégias de prevenção ao suicídio nas escolas, envolvendo toda a comunidade educativa.

Nesse processo, é essencial que as atividades para o Setembro Amarelo incluam ações de conscientização nas escolas, sempre relacionadas à saúde mental.

Essas práticas devem priorizar mensagens de esperança, fortalecer a rede de apoio e indicar caminhos concretos de ajuda, criando um ambiente seguro e acolhedor para estudantes e famílias. Veja alguns exemplos:

Oficinas: respiração consciente, mindfulness, alongamento leve e planejamento de pausas saudáveis.
Roda de conversa guiada: temas como amizade, pedido de ajuda, limites e consentimento. Use perguntas abertas e tempo de fala equilibrado.
Caixa de escuta: caixa física ou formulário on-line para pedidos de conversa com a orientação.
Ação com famílias: encontros sobre sinais de alerta, canais de ajuda e como apoiar em casa.
Cine-debate: filmes com foco em superação e busca de ajuda; mediação com perguntas e recursos ao final.

Protocolos essenciais de acolhimento e segurança

Tenha um documento objetivo (uma a duas páginas), acessível a toda a equipe escolar e que contemple os dois principais cenários:

1. Caso de risco imediato (ameaça à própria vida ou de terceiros):

Não deixe o estudante sozinho.
Acione imediatamente a gestão e os serviços de emergência.
Comunique os responsáveis, conforme normas internas.
Registre a ocorrência.

2. Em caso de sofrimento sem risco imediato:

Realize acolhimento e escuta ativa.
Registre a situação.
Combine um plano de acompanhamento.
Encaminhe, se necessário, para a rede de apoio (saúde, Cras).
Monitore a evolução.

Boas práticas de conversa e comunicação segura

Ouça sem julgar e evite questionamentos invasivos.
Explique de forma clara os próximos passos.
Reforce a mensagem: “Você não está sozinho; vamos procurar ajuda juntos.”
Use linguagem simples, humanizada e positiva.
Fale de emoções e cuidado, sem entrar em métodos.
Divulgue sempre os contatos de apoio (CVV 188 e serviços locais).
Em situações específicas, converse em ambiente reservado, com equipe habilitada.

Conviver e Integrar: a solução de educação socioemocional para a sua escola

Para que o Setembro Amarelo se torne uma cultura do cuidado para o ano todo, a escola precisa investir em uma base sólida de educação socioemocional. É nesse ponto que o Conviver e Integrar, do Poliedro Educação, faz diferença.

O programa oferece:

materiais didáticos por faixa etária;
consultoria pedagógica e suporte contínuo;
trilhas de formação para docentes, com segurança para aplicar no dia a dia;
conteúdos para famílias, fortalecendo a parceria escola–casa.

Alinhado à BNCC e ao modelo Casel, o Conviver trabalha o desenvolvimento integral. Une competências cognitivas e socioemocionais, como empatia, comunicação, autoconhecimento e tomada de decisão responsável. Além disso, apoia a construção de um ambiente de convivência saudável por meio de práticas pedagógicas.

Se a sua escola deseja consolidar uma cultura duradoura de cuidado, pertencimento e aprendizagem, convidamos você a conhecer o Conviver e Integrar.